Os artistas plásticos Joana Brito e Ricardo Miranda criam A CASA AO LADO em 2005, tendo como missão a forma como a Dinamização Social e Cultural com e para a Comunidade podem ser também uma base de inspiração e conhecimento para a obra de ambos os artistas.
A interação com a comunidade permite aos artistas explorar saberes, tradições e histórias locais, que enriquecem a sua perspetiva artística. Esses elementos oferecem um ponto de partida autêntico e pessoal para a criação de novas obras, transformando a vivência coletiva em inspiração para processos criativos.
O uso do património material e imaterial da comunidade dá um caráter único a cada projeto. Isso cria uma "marca identitária", que reflete não apenas a individualidade da comunidade, mas também a conexão emocional dos participantes com o trabalho artístico.
As intervenções artísticas comunitárias funcionam como uma via de mão dupla: os artistas aprendem com os saberes e vivências locais, enquanto os participantes da comunidade se envolvem e se identificam com o trabalho realizado. Essa troca cultural gera uma obra que não é apenas visual, mas também emocional e socialmente significativa.
Para os artistas, o contato com as comunidades expande o repertório criativo e promove um olhar mais introspetivo e humano. A convivência e a exploração dos valores culturais comunitários tornam cada projeto uma oportunidade de reflexão e transformação pessoal.
Ao basear os projetos na memória coletiva e na interação social, os artistas conseguem criar intervenções que ultrapassam o estético, contribuindo para a coesão social e territorial. A arte passa a ser um instrumento de união, diálogo e reconhecimento mútuo.
Com A CASA AO LADO, a Joana Brito e o Ricardo Miranda, exemplificam assim como a arte pode ser um elo entre a individualidade dos artistas e o coletivo das comunidades. A experiência comunitária transforma-se em matéria-prima para a criação artística, onde cada obra carrega em si um reflexo das vivências partilhadas. Por meio da troca cultural, a arte se torna uma ponte que conecta o íntimo do artista com o universo plural das comunidades, criando um ciclo de aprendizagem, inspiração e sentimento de pertença.
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Joana Brito (1978, Porto) e Ricardo Miranda (1981, Póvoa de Varzim) são dois criativos que transformam o mundo à sua volta através da arte. Unidos não apenas pela formação académica, mas também por uma visão comum de exploração e diálogo artístico, este duo de artistas plásticos destaca-se pela profundidade e inovação do seu trabalho. Formados na Escola Superior Artística do Porto (ESAP) em Artes Plásticas, a Joana e o Ricardo encontraram na cidade do Porto o terreno fértil para desenvolverem as suas linguagens artísticas. A ESAP, com a sua tradição de incentivo à experimentação e à reflexão crítica, foi a base onde ambos moldaram as suas identidades enquanto artistas, absorvendo técnicas e teorias que hoje desdobram em práticas únicas. Com uma Pós-Graduação em Desenvolvimento Local Colaborativo na Universidade Católica do Porto, ambos mergulharam na interseção entre a arte e a comunidade. Este percurso académico revelou-se crucial para os seus projetos, desafiando-os a criar obras que não apenas dialogam com o espaço público, mas que também promovem uma interação viva com os seus habitantes. Veem a arte como uma ferramenta transformadora, um elo que une indivíduos e ressignifica o quotidiano. Atualmente, frequentam o Mestrado em Criação Artística Contemporânea na Universidade de Aveiro, um espaço onde exploram novas dimensões do seu trabalho. Este percurso é marcado por uma constante investigação de materiais, linguagens e narrativas, refletindo a inquietação criativa que os define. Ambos têm um fascínio pela tensão entre o tradicional e o contemporâneo, e as suas criações muitas vezes cruzam fronteiras entre pintura e instalação.